Final da década de 20... Um lugar qualquer de São Paulo...
"Quando, Lídia, vier o nosso Outono
Com o Inverno que há nele,
reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o Estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa,
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes."
O poeta terminava de recitar Fernando Pessoa ovacionado pelos poucos ali presentes. Um grupo de amantes das artes em geral, que se reuniam, um dia na casa de um, um dia na casa de outro, naquele dia em um café... Juliana foi levada por seus amigos e Carlos, mais pela arte em si, que pelos amigos, se conheceram neste grupo, se encantaram, se excitaram, namoraram e casaram e, já estavam há 5 anos casados e dividiam, os prazeres das artes juntos. Carlos, um operário que trabalhava quase que o dia inteiro, que conseguia ainda tempo para estudar e chegava tarde em casa. Juliana uma moça de finos tratos, fugira de casa, e do bairro mais nobre da cidade, para viver com seu amor.
5 anos e tinham uma vida sexual ótima, Juliana tinha um fogo, típico de toda fogosa mulher e, para Carlos, ela era perfeita, não era nem virgem quando casaram, alguns homens teve, antes dele e isso só o deixava mais louco por ela. Carlos não sabia explicar mas, ela ser de outros, igual a uma puta mesmo, o excitava demais. O desempenho sexual dela era melhor que o dele, e "isso", ser inferior no desempenho sexual, também lhe fazia quase gozar. Juliana mandava em tudo e isso muito lhe fazia bem, era tudo muito discreto e, aquelas palavras de Pessoa, naquela noite fria, só lhes aqueceram ainda mais, seus pensamentos e fantasias.
Admiravam toda cultura modernista que se espalhava pelo Brasil (e pelo mundo), mas o colapso econômico mundial, idéias tenentistas enraizadas não os fazia de ativistas. "Mencken" falar da liberdade feminina, a crescente industrialização associada a emancipação feminina e as idéias modernistas, e o pequeno rs grupo de poetas (Carlos estudava literatura)... Lhes fez ter a liberdade, dentro de suas quatro paredes. Naquela noite acesos por Pessoa, ela que se imaginava a própria Lídia, sussurrou entre os braços, beijos e com todo o pau de Carlos dentro de sua xaninha, que queria estar dando para ele a xoxota enquanto outro lhe metia no cú... Carlos com um berro similiar a um uivo, no mesmo instante gozou muito. E Juliana confirmou suas suspeitas. Entre uma brincadeira e outra, quando ele saia para trabalhar, iu chegava, ela ria e falava que , cedo ou tarde, por ele ficar tão pouco em casa, qualquer dia ele ia chegar e encontrar o vizinho "apagando o fogo dela" rs e ele, ria feliz e lhe dizia que, bateria uma punheta deliciosa, vendo sua prostituta gozando gostoso na rola do vizinho. Juliana percebia que, entre uma piada e outra do gênero, seu marido ficava excitado. Ele só podia querer que ela trepa-se com outro e, teve a certeza naquela trepada maravilhosa....
Juliana que trabalhava de vendedora, na volta para casa, começou a se insinuar para homens, os que mais lhe atraiam, não tinha coragem de se jogar para o vizinho, embora gostoso, muito bem casado e sua mulher, lá da terra de Lampião, lhe metia medo rs. Os homens olhavam, alguns sorriam de forma safada mas, nenhum deles ela conseguiu levar para casa. Seria a aliança no dedo? "Se de bruços ficar no meio de uma roda de homens, sem calcinha, de saia levantá-la e deixar minha buceta ao dispor deles, dúvido que se preocuparão se tenho aliança ou não... Merda! Há de chegar o dia que muitos machos vão prefirir nós casadas... Porque um homem casado fode fode e fode, e uma mulher tem dificuldade em meter fora do casamento? Farta com a dificuldade de arrumar um amante, e a vontade parecia somente aumentar com a dificuldade, comentou com Carlos, após uma trepada perfeita, cheia de "vou dar para outro, vou ser do outro e não sua, etc etc etc..." Após gozarem muito, abraçados, Juliana disse a Carlos que procurava um amante, mas não conseguia devido as cabeças provincianas dos homens da região.
"Cedo ou tarde encontras um safadão", disse Carlos sorrindo.
"Não suporto mais esperar meu amor! Quero foder com dois ao mesmo tempo! Quando minha buceta estiver molhada enquanto trabalhas, trabalhas ou dorme, quero que meu amante me coma..." Esbravejou Juliana indo para a cozinha lhes preparar um lanche. Carlos foi atrás e lhe sugeriu: O Manoel dono da padaria meu amor, já o vi inúmeras vezes olhando para seu corpo, quando vamos na padaria! Quando saimos, de costas para ele, viro rápido a cabeça e o vejo lhe "secando", e mesmo ele vendo que eu vejo, ele continua... E...
CONTINUA NA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA NOSSOS AMIGOS... CARPE DIEM! INTÉ...
"As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas só o que vive
Pode morrer. As palavras, após a fala, alcançam
o silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
As palavras ou a música podem alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota perdura,
Não apenas isto, mas a coexistência,
Ou seja, que o fim precede o princípio,
E que o fim e o princípio sempre estiveram lá
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo é sempre agora. As palavras se distendem,
estalam e muita vez se quebram, sob a carga,
Sob a tensão, tropeçam, escorregam, perecem,
Apodrecem com a imprecisão, não querem manter-se
no lugar,
Não querem ficar quietas. Vozes estridentes,
Irritadas, zombeteiras, ou apenas tagarelas,
Sem cessar as acuam. A Palavra no deserto
É mais atacada pelas vozes da tentação,
A sombra soluçante da funérea dança,
O clamoroso lamento da quimera inconsolada."
(Trecho de "A terra desolada" de T. S. Eliot - 1922)